ESHTE Tourism Talks Vol. I

1 1 1 Neste fenómeno é interessante - pelo menos na minha perspetiva - o facto de se ter tratado de um movimento bottom-up, e não top-down como, à partida, seria de esperar, ou seja, o ‘gatilho’ foi disparado pelos alunos e não pelos docentes, e tão pouco resultou da elaboração de um despacho presidencial. Talvez possamos falar de condições contextuais favoráveis para tal acontecer e da existência de uma necessidade ‘académica’ que ainda não se encontrava satisfeita do lado da procura (estudantes) que, ao perspetivarem o seu futuro, ousaram pensar em criar as suas organizações/empresas e arriscar trabalhar por conta própria. Logicamente, em face dessa vontade manifesta, procuraram adquirir competências, conhecimentos e ferramentas para assumir o risco. Em resposta a este repto informal, foi decidido pela direção da ESHTE através da colega Rita Anselmo, então vice-presidente da instituição, na unidade curricular de Projeto final de curso das respetivas licenciaturas, criar a possibilidade de os estudantes finalizarem os seus cursos, optando pela apresentação e discussão de um plano de negócios, em vez de elaborarem a monografia tradicional. Recordo-me bem desses tempos de intensa partilha de conhecimentos com alguns estudantes da licenciatura de Direção e Gestão Hoteleira que se decidiram pelos planos de negócios! Ainda tenho presente na memória as maratonas que fiz pela noite dentro – em algumas delas tive a companhia do colega Raul Ressano Garcia – de livre vontade, no gabinete 25 do edifício do alojamento, com o Gonçalo Garcia, o Frederico Fontes, a Tânia Evaristo e o Paulo Mendes (nomeio-os, a título de exemplo, dentro de um grupo restrito e de eleição de outros estudantes que marcaram uma época!), porque precisavam de terminar os seus planos de negócios e de acertar os modelos financeiros elaborados no Excel! Creio que essa experiência os ajudou a ganhar a endurance necessária para vencer os desafios que mais tarde lhes surgiram pela frente. Hoje em dia, é com uma pontinha de orgulho que, observando-os ao longe, constato que possuem percursos profissionais bem-sucedidos e são reconhecidos pelos seus pares! A ESHTE não ficará mal no retrato geral das IES, com este calibre de alumni e ‘embaixadores’. Em 2007 a Câmara Municipal de Cascais (CMC) decidiu criar a agência DNA Cascais e através dela desenvolve um ecossistema empreendedor que integra, entre outras atividades a desenvolver no concelho, a formação de professores de empreendedorismo, os concursos de ideias de negócios, a incubação de novas empresas e o acompanhamento E M P R E E N D E R N O C O N T E X T O A C A D É M I C O - U M A P A R T I L H A P E S S O A L

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