1 1 6 Já tive, de resto, ocasião de escrever a este propósito no artigo publicado na edição n.º 8 da newsletter da ESHTE – e que serviu de mote para ser desafiado pela colega Cândida Cadavez a redigir este – acredito que em termos formais, a Escola possua os órgãos e os instrumentos para ‘trabalhar’ a inovação e o empreendedorismo nas suas diversas vertentes, mas bastará regulamentar para que se cumpram os objetivos pré-estabelecidos? À semelhança do que se passa noutras organizações, é fundamental criar uma cultura que motive todos os intervenientes no processo e que recompense devidamente o esforço e o mérito alcançado. Ou seja, acredito que, em geral, esta ‘estranha forma de vida’ – a de ser (intra)empreendedor – carece da aplicação em abundância das tais soft skills que pretendemos que os nossos estudantes adquiram antes de ingressar no mercado de trabalho (seja por conta de outrem ou por conta própria). Estou naturalmente a falar de uma liderança forte e exemplar, de comprometimento, de motivação, de gestão de equipas, de comunicação, entre outras competências. Permita-me, caro leitor, que termine este artigo de opinião com a partilha de duas breves reflexões. A primeira, de um colega que ganhou o Prémio Pessoa em 2006, o Professor António Câmara, catedrático na Universidade Nova de Lisboa e ex-CEO da empresa YDreams, que, numa entrevista à revista Marketeer em junho de 2006, referiu o seguinte: (...) o país enfrenta um problema grave de não ter à sua frente mais empreendedores e menos gestores. Porque os empreendedores procuram novas oportunidades, enquanto os gestores gerem recursos. É claro que os gestores são importantes. Mas se um país não tiver uma massa crítica de empreendedores, então esse país não avança. São os empreendedores que puxam pelo país. E esse não é o caso de Portugal. (...) O sistema educativo não favorece de forma alguma a independência intelectual e não estimula o Empreendedorismo. As pessoas são formadas para serem empregadas. A segunda reflexão deriva de uma citação muito breve de Peter Drucker (1909-2005), considerado o ‘pai’ da Gestão e a quem é atribuída a frase: “A melhor forma de prevermos o nosso futuro é sermos nós a criá-lo!” A escolha do caminho para lá chegar, seja individual ou coletivamente, é nossa. Ousemos empreender, pela ESHTE! E M P R E E N D E R N O C O N T E X T O A C A D É M I C O - U M A P A R T I L H A P E S S O A L
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