ESHTE Tourism Talks Vol. I

1 2 7 D A S P E R E G R I N A Ç Õ E S C R I S T Ã S / C A T Ó L I C A S A O T U R I S MO R E L I G I O S O que acompanham e guiam os fiéis aproveitam a ocasião para os conhecerem melhor e para os ensinarem a construir a Igreja, conforme o pedido de Maria. Com o nascimento do Estado de Israel, em 1948, e a construção de navios mais espaçosos e mais rápidos, as viagens à Terra Santa ganharam um novo fôlego, estendendo-se a peregrinação, em cruzeiros, a toda a bacia do Mediterrâneo. No final dos anos 60, as agências de viagens multiplicam-se e algumas especializam-se no turismo religioso. Embora no plano espiritual, a peregrinação a Jerusalém guarde uma incontestável prioridade, Roma mantém um acesso mais fácil para os cristãos europeus, podendo aí combinar-se o misticismo com outras motivações. Comboios especiais, autocarros e voos fretados ou/e de baixo custo asseguram viagens rápidas e a preços acessíveis. Congressos, beatificações, canonizações, assim como as grandes festas litúrgicas (Páscoa e Natal, em particular), fazem aí acorrer, todos os anos, contingentes numerosos de fiéis. Ao longo dos cerca de 2000 anos da sua existência, constata-se que as peregrinações (católicas) vivem alternadamente épocas de exaltação e de crise: as primeiras ocorrem quando as classes dirigentes (tanto laicas como religiosas) protegem os santuários mais procurados e incrementam as deslocações de peregrinos; as segundas têm lugar quando alguns líderes de opinião conseguem sugestionar os governantes contra as peregrinações. No séc. XXI, as peregrinações deixaram de ser, exclusivamente, uma questão de fé e de prática religiosa. O turismo religioso passou a ser um contributo ativo para muitos agentes do setor e para o bem-estar económico de muitas pessoas (nomeadamente, as que residem e trabalham em cidades santuário de projeção internacional, ou ao longo dos caminhos de peregrinação). Na atualidade, independentemente das crenças e ideais, tanto as autoridades, como as populações se esforçam e tentam contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento do turismo religioso. Bibliografia Ambrósio, V. (2000). Fátima: Território Especializado na Recepção de Turismo Religioso. Lisboa: Instituto Nacional de Formação Turística. Branthomme, H. (1982). Les Pèlerinages durant les Guerres Mondiales et les Trêves de la Paix (1914-1982). In J. Chélini & H. Branthomme (coord.). Les Chemins de Dieu : Histoire des Pèlerinages Chrétiens, des Origines à nos Jours. Paris: Hachette, pp. 344-69.

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