ESHTE Tourism Talks Vol. I

2 3 Neste sentido, e retomando a ideia de construção de curricula, relevamos a importância do papel dos instrumentos de trabalho de referência do Conselho da Europa, disponibilizados pela Divisão de Políticas Educativas no âmbito do Projeto Políticas Linguísticas para uma Europa Plurilingue e Multicultural, dos quais destacamos o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001) e a Plateforme de Ressources et de Références pour l’Education Plurilingue et Interculturelle (PRREPI) (CE, 2009). Estes dois documentos de referência (embora parcialmente adotados pelo CE, mas integrados na legislação internacional) constituem uma importante base de trabalho para docentes que pretendam desenvolver um trabalho coerente e sustentado na construção de curricula articulados em línguas, baseados nos referenciais do Conselho da Europa e orientados para os princípios fundamentais das políticas europeias. 2.1. Instrumentos reguladores do Conselho da Europa Será então importante distinguirmos estes dois instrumentos de trabalho. Por um lado, temos o QECRL, uma ferramenta linguística que apoia as metodologias de ensinoaprendizagem de uma forma mais orientada para o desenvolvimento da autonomia e da ação, ou seja, numa Perspetiva Acional (PA), plurilingue e pluricultural, na qual o aprendente de uma língua é assumido como um ator social no cumprimento de tarefas adaptadas a diferentes situações, com destaque para o aspeto interacional e social que convoca a utilização estratégica de competências. Puren (2004, 2009) distingue, no entanto, nos seus inúmeros trabalhos sobre o QECRL, os termos “tarefa” e “ação”, definindo como “tarefa” o que o aprendente faz ao longo do seu processo de aprendizagem, e “ação” o que o utilizador faz em sociedade. Esta interpretação do autor leva-nos a refletir sobre a importância destes dois tipos de ações que se encontram estreitamente ligadas e traduzem a perspetiva acional: a ação da aprendizagem e a ação do uso (social), daí a necessidade intrínseca de realização dessa ação em sociedade, na sua interação com os outros, ou seja, em “co-ação”. Assim, [p]ara além de uma visão plural do Quadro, enquanto ferramenta promotora de construção de mudanças e não uma reciclagem das abordagens existentes, este autor propõe os termos ‘co-acção’ e ‘co-cultura’, em alternativa aos termos simples utilizados no quadro. Segundo Puren, já não se trata de comunicar com os outros numa língua estrangeira, mas O T U R I S MO , N U M A P E R S P E T I V A D A E D U C A Ç Ã O E M , P A R A E P E L A S L Í N G U A S

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