2 5 alargado às outras UC, a sua utilização também nos domínios social e profissional vem reforçar a finalidade da educação plurilingue e intercultural. As línguas possuem obviamente objetivos próprios, mas vão estabelecendo com as outras UC um “compromisso” transversal no processo de construção do conhecimento, convocando operações pragmáticas e cognitivas como “pesquisar, organizar, selecionar, interpretar, etc.”, construindo aquilo a que Coll et al (2001) chamam “aprendizagens significativas”. Para Beacco, Volmer e Pieper (2015, 2016), a presença intrínseca das diferentes UC nas ações sociais vivenciadas pelos estudantes, no seu percurso de formação enquanto ator social, leva as línguas a veicular operações cognitivas e discursivas que se repetem nas diferentes UC do currículo e de uso em sociedade, tornando possível, segundo os autores, desenvolver descritores a partir da análise do género discursivo utilizado em situações sociais bem identificadas, permitindo a identificação das operações discursivas e cognitivas a desenvolver em cada UC. Como sabemos, as operações cognitivas e comunicativas subjacentes ao desenvolvimento das competências transversais relacionam-se diretamente com a verbalização. Nesta perspetiva, ações como pesquisar, selecionar e comunicar informação, ou mesmo a capacidade de argumentação e resolução de problemas, perspetivadas no DL 74/2006 enquanto competências transversais a desenvolver, podem e devem estar presentes na construção dos curricula e, consequentemente, na elaboração dos programas das diferentes UC, independentemente da área de saberes e de formação do futuro profissional, enquanto ator social. O conjunto de textos de referência disponibilizados na PRREPI contam com a colaboração de vários países europeus e estão orientados para diferentes áreas do saber, convidando os utilizadores a identificar e descrever marcadores linguísticos, discursivos e semióticos, característicos dos géneros discursivos envolvidos na aprendizagem das diferentes matérias (com base em categorias pragmáticas, cognitivas e linguísticas), para serem trabalhadas no enquadramento disciplinar (Beacco et al., 2016). Neste processo, as especificidades identificadas deverão ser sustentadas pelas competências linguísticas de uso social que se espera ver desenvolvidas nas outras UC, mas também nas UC de línguas, numa perspetiva transversal entre as várias matérias que integram um plano curricular. Na perspetiva de Beacco, O T U R I S MO , N U M A P E R S P E T I V A D A E D U C A Ç Ã O E M , P A R A E P E L A S L Í N G U A S
RkJQdWJsaXNoZXIy MTE4NzM5Nw==