ESHTE Tourism Talks Vol. I

2 9 Atualmente, o recurso à multimodalidade constitui uma exigência implícita nos perfis académicos e profissionais: na apresentação de projetos e trabalhos em contexto académico, na procura de emprego ou na relação direta com outros atores sociais no mercado de trabalho (Sarroeira, 2017). Neste contexto, a própria interação dos sujeitos entre si e com as novas tecnologias gera necessariamente efeitos cognitivos, afetivos, neurológicos e empáticos que devem ser tidos em linha de conta nos processos de formação dos futuros profissionais, indo ao encontro das competências que se esperam de um jovem licenciado, espelhadas no DL 74/2006 (Ferrão Tavares, 2013, 2014a,2014b, 2015). Também o recurso a momentos assíncronos, de forma a respeitar os tempos de concentração reais no modelo síncrono e a dar continuidade às aprendizagens em autonomia, permitiram igualmente, pela interação dos processos envolvidos, a aplicação de uma das componentes que Ferrão Tavares (2012) distingue dentro da multimodalidade, a “deslocalização das aprendizagens no tempo e no espaço “. De facto, o recurso às novas tecnologias e a criação de novos espaços de aprendizagem veio assim contribuir para o efeito de deslocalização das aprendizagens no tempo e no espaço, permitindo aos estudantes prolongar as suas aprendizagens e possibilitando-lhes uma gestão autónoma do seu tempo de pesquisa, estudo e desenvolvimento de projetos colaborativos, em função da sua disponibilidade, dando continuidade ao trabalho do “espaço-aula”. O incremento da autonomia dos estudantes permitiu ainda revelar que, apesar dos constrangimentos associados à nova situação de aprendizagem, há espaço para a mudança, desde que se assuma como necessária e torne as aprendizagens mais significativas. Se, por um lado, as tecnologias têm como efeito uma deslocalização no tempo e no espaço, por outro lado permitem aproximar os intervenientes no processo comunicativo (estudantes, docente e intervenientes exteriores) e tornam mais rápidos os contactos entre si, dando origem a uma alteração conceptual de espaço e tempo no processo de ensino e aprendizagem. Esta nova realidade tecnológica coloca-nos igualmente face a um antagonismo entre a contração do tempo na gestão da informação, proporcionado pelas tecnologias, e a necessidade incontornável de tempo para reflexão, maturação e tratamento dos conhecimentos (Sarroeira, 2017). Para além disso, as gerações atuais apresentam características individuais e coletivas de aprendizagem muito mais baseadas O T U R I S MO , N U M A P E R S P E T I V A D A E D U C A Ç Ã O E M , P A R A E P E L A S L Í N G U A S

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