3 6 É assim nos amplos mares e nos estreitos córregos da realidade multidimensional e pluriescalar em que nos movemos e que compõe a tessitura de todas as actividades humanas, com expressão física ou metafísica, elaboradas ou comezinhas, independentes ou decorrentes. E porque é regra que não admite nem se confirma pelas excepções, seja o turismo, seja o ensino superior, seja a nossa instituição, exigem, de igual modo, uma inquietude constante, uma reinvenção continuada e uma ousadia intimorata. No caso específico da ESHTE, pelo passado enquanto instituição pioneira e de referência no seu domínio de acção, mas, acima de tudo, pelo mundo de esperança que o seu futuro consubstancia, mais esses atributos assumem significado e pertinência. O sucesso assim o exige. Sucesso da ESHTE, sucesso do ensino superior público, sucesso do turismo, sucesso do País, sucesso, enfim, de todos nós, os que cá estão, os que por cá passaram e, mormente, os que por cá estarão amanhã. E, mesmo quando encaramos este mundo novo que nos aguarda numa perspectiva de grande prudência quanto ao que ele nos reserva. Mesmo quando bem cientes de que as únicas certezas absolutas que poderemos razoavelmente admitir serão a velocidade e a imprevisibilidade da mudança a que estaremos sujeitos, os caminhos da realidade que vemos desfilar ao nosso redor não deixam, mesmo assim, de nos surpreender e de deitar por terra os mais bem elaborados exercícios de prospectiva. Os últimos meses têm-se encarregado de nos ilustrar isso mesmo. Efectivamente, quem, em 2019, antevia que, poucos meses volvidos, estaríamos a braços com uma crise pandémica? Quem pensaria que nos encontrávamos prestes a entrar num período de glaciação económica e social? Quem, por essa altura, dimensionaria um futuro próximo no qual palavras como “confinamento”, “distanciamento social”, “catástrofe sanitária” e “crise económica e social” fariam parte do nosso léxico quotidiano? Atravessamos, na verdade, um período profundamente desconcertante no que diz respeito às nossas vidas, mas, muito especialmente, no que se relaciona com a nossa capacidade de estabelecer cenários susceptíveis de iluminar as opções e as acções que, numa óptica de proatividade, teremos – e deveremos – considerar, seja no plano pessoal, seja no das instituições, seja, ainda, no da sociedade em que nos inserimos. Mas esse lembrete sobre a fragilidade da tessitura organizacional humana que o ano de M U D A M - S E O S T E M P O S , M U D A M - S E A S V O N T A D E S
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