ESHTE Tourism Talks Vol. I

4 2 Deixando para trás o factor qualidade - que, entre outros aspectos, se alimenta da exigência e da insatisfação permanentes relativamente aos meios e aos fins obtidos - focalizar-nos-emos na dimensão da inovação, a qual, por seu turno, seja ao nível dos processos de ensino, seja no das ferramentas pedagógicas, concorre, de igual modo e embora só parcialmente, para a qualidade do ensino ministrado. É consabido que a inovação é um processo que encerra duas etapas complementares: uma, do âmbito criativo (a obtenção do novo) e, outra, do domínio colectivo, que se traduz na adopção do novo e na generalização da novidade, não só porque à mesma lhe são reconhecidas vantagens por parte de cada vez mais intervenientes, mas também porque essas vantagens são suficientemente fortes e evidentes para suplantar a natural resistência e inércia dos actores e das instituições. Daqui se infere que, no quadro das organizações do ensino superior em que a ESHTE se inclui, avulta como fundamental a criação de condições para que essas duas etapas do processo inovador se cumpram com êxito, designadamente a promoção de um “ecossistema” institucional e académico que seja criativo, a tolerância susceptível de lidar confortavelmente com a diferença e, por último, a capacidade para assumir os riscos que estão sempre associados aos processos de mudança. Assim, poder-se-á concluir que as chaves que abrirão as portas da nossa instituição ao sucesso competitivo através da inovação serão: i) o aproveitamento, enquanto cadinho criativo, da sua real diversidade, seja no que diz respeito às origens académicas do seu capital humano, seja no que reporta às diferenças de perspectivas no âmbito pedagógico, seja, ainda, no aspecto mais global incidente sobre o papel do ensino (do turismo) na sociedade e no mundo; ii) a promoção de um ambiente interno susceptível de acomodar confortavelmente as diferenças de opiniões, bem como as disrupções originadas pelos processos de destruição criativa; iii) a ousadia e o arrojo capazes de suportar a adopção de soluções e o enveredar por caminhos ainda não testados, o que, na prática, implicará uma relação pacífica com o possível erro e o sempre iminente fracasso, bem como uma insatisfação permanente face ao status-quo. Sem minimizar outros aspectos do processo de inovação e de qualificação da nossa instituição, interessará sublinhar aquilo que neste domínio se considera fundamental: a inovação ao nível da formulação do conceito de uma escola para o amanhã (o domínio M U D A M - S E O S T E M P O S , M U D A M - S E A S V O N T A D E S

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