5 8 materiais e imateriais, estruturas, organizações e instituições que os seres humanos criam individual e coletivamente, consciente e inconscientemente, moldando as nossas vidas e o significado que lhes atribuímos. Ou seja, colocam no seu centro o que é especificamente humano: o simbólico-cultural em sentido lato, plasmado na ação e na produção humanas, nas suas regularidades e singularidades e no olhar que sobre estas deitamos (inclusive o ‘olhar’ científico). Neste conjunto alargado podem caber, no lado das ciências sociais, a sociologia, a psicologia, a ciência política, a economia, a geografia humana, etc. De certo modo, também as chamadas ciências empresariais aí podem ser ancoradas uma vez que, estas, para serem científicas e duradouramente eficazes, não se podem focar apenas nas racionalidades técnico-sistémicas da sua engenharia específica e do seu operacionalismo não-reflexivo. No lado das humanidades podemos encontrar os estudos culturais e literários, a filosofia e a ética, os estudos artísticos e a estética, as línguas, a linguística. As ciências sociais seriam ciências do homem nomotéticas porque procuram leis gerais e generalizações enquanto as outras, as humanidades, ciências do homem ideográficas, procurariam singularidades, buscando o sentido único da produção e criação humana assente em operações de interpretação e hermenêutica e de reflexão sobre as condições da existência humana (Nunes, 2005). Ao discutir a diferença entre ciências nomotéticas e ideográficas, Windelband (1980) diz-nos que não há necessariamente diferentes objetos, mas sobretudo diferentes perspetivas, metodologias e princípios formais de classificação dependendo do objetivo: procurar a lei geral ou as formas estruturais, singulares, de um facto historicamente situado. Ambas são empíricas e assentam numa forma de experiência (não-leiga e não-ingénua) disciplinada pela ciência, pela análise conceptual e pela crítica (Windelband, 1980). Por isso, entre as leis da regularidade e a singularidade onde ficariam algumas ciências que propositadamente omitimos atrás, como a história e a etnografia? E como enquadrar o individualismo metodológico da sociologia de Max Weber? As ciências sociais procuram explicar e compreender “articuladamente as práticas e estruturas sociais, quer dizer as condutas humanas e as condições materiais e simbólicas que delas resultam e, por sua vez, as determinam” (Silva & Pinto, 1986, p. 20), ultrapassando os reducionismos empiristas (“em que a experiência e a sensação são as C I Ê N C I A S S O C I A I S E H U M A N I D A D E S N O E N S I N O S U P E R I O R P O L I T É C N I C O N A S Á R E A S D O T U R I S MO E H O S P I T A L I D A D E
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