5 9 únicas fontes de conhecimento) e inatistas (que desqualificam a experiência em nome de ideias inatas)” (Silva & Pinto, 1986, p. 9). Os autores reforçam tal perspetiva subscrevendo a posição kantiana de que “os nossos conhecimentos começam pela experiência sensível, mas esta é mediatizada por conceitos, é organizada e estruturada por quadros categoriais próprios do nosso espírito” (Silva & Pinto, 1986, p. 9), envolvendo atribuição de sentido dada pelo indivíduo, também enquanto ser social. Seguindo Nunes (2005), a ciência – qualquer uma - é um sistema de atividades produtoras de conhecimento científico, envolvendo condições internas e externas-sociais; dos debates metodológicos e da diversidade de métodos e técnicas usados, até às lutas do campo científico e sua estrutura institucional sociopolítica, passando pela diversidade de paradigmas, perspetivas, teorias e conceitos utilizados no olhar ao mesmo objeto. A rutura epistemológica com o senso comum e com as nossas próprias representações e a necessidade de autorreflexividade ao nosso papel e posição, bem como o rigor metodológico que devem presidir à investigação e à procura do conhecimento, não nos podem levar a esquecer a dimensão intrinsecamente interessada e simbólica de toda a ação humana. Isaiah Berlin (1974) também sobre isto falava. Opondo humanidades – o estudo do mundo que os humanos criam para si e habitam - a ciências (que estudam o mundo físico da natureza), referia que o homem, enquanto ser cultural, se estuda a si mesmo a partir de dentro, enquanto observador participante e implicado. Ora, apesar da crítica que Berlin faz a algumas ciências sociais (como a sociologia, a psicologia e a economia) por quererem imitar as ciências da natureza, com obsessão quantitativa, a verdade é que as ciências sociais (e a sociologia, pro exemplo) contemplam nos seus mecanismos de rutura epistemológica esta dimensão de “dentro” e o seu objetivo não é propriamente descrever, mas interpretar, explicar e compreender, usando também lógicas qualitativas. Continuando com a questão da definição de humanidades, estas aparecem-nos como “os ramos do conhecimento preocupados com os seres humanos e sua cultura ou com métodos de inquirição analíticos e críticos derivados de uma apreciação dos valores humanos e da capacidade única do espírito humano para se expressar a si mesmo” (Britannica, 2020), ou como, segundo o Stanford Humanities Center, o estudo “do modo C I Ê N C I A S S O C I A I S E H U M A N I D A D E S N O E N S I N O S U P E R I O R P O L I T É C N I C O N A S Á R E A S D O T U R I S MO E H O S P I T A L I D A D E
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