6 4 problema. A produção ou desenvolvimento de conhecimento e competências, seja em contexto de formação dos estudantes, seja na investigação e na relação com o exterior, implica articular e problematizar a relação entre os modos 1 e 2 de produção de conhecimento; assim, se permite uma mais eficaz intervenção social, participada, envolvendo pensamento critico e a capacitação autónoma de todos os atores sociais interessados. Como exemplos, introduzimos aqui a pertinência da investigação-na /pela-ação (Esteves, 1986) - diferente do que correntemente se diz ser investigação aplicada - e de um modelo de ensino centrado no desenvolvimento de aprendizagem profunda, o que implica centrarse sobre problemas que ligam um limitado contexto de aplicação social e profissional com o contexto geral, usando um largo espectro de opções teóricas (Scardamalia & Bereiter, 2006; Sawyer, 2006). A aprendizagem e um conhecimento profundos implicam ainda que os estudantes sejam capazes de analisar critica e fundamentadamente a lógica de um argumento, articular novas ideias e conceitos com anteriores conhecimentos e experiências, procurar padrões e princípios subjacentes aos factos, aos conceitos, aos temas e compreender e refletir sobre a sua própria compreensão e o seu próprio processo de aprendizagem (Sawyer, 2006), num contexto de complexidade social, tecnológica e organizacional. Ou seja, exercitar pensamento crítico. Estas questões são particularmente relevantes para o ensino politécnico que visa formação de quadros médio-altos e altos destinados ao exercício profissional exterior à academia. Deixando para um outro espaço, o desenvolvimento da discussão sobre aprendizagem profunda, vamos centrar-nos nas questões da investigação, do pensamento crítico e da opinião científica. A investigação aplicada de que muitas vezes se fala, e se faz a apologia do seu predomínio, é pouco mais do que uma prestação de serviços e traz grandes obstáculos à investigação e à sua real capacidade para efetivar mudança social e capacitação dos atores. Assenta no assumir acrítico de um problema previamente formulado que, no caso dos seres humanos, é sempre um problema social. Aqui colocam-se duas questões cruciais. C I Ê N C I A S S O C I A I S E H U M A N I D A D E S N O E N S I N O S U P E R I O R P O L I T É C N I C O N A S Á R E A S D O T U R I S MO E H O S P I T A L I D A D E
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