6 7 no trabalho ou sobre o que e quem acrescenta valor e produz riqueza1. Ou ainda, teorias sobre como homem constrói as suas representações sobre a tecnologia e sua relação com alienação e autenticidade e quais são os sentidos atribuídos ao trabalho na construção de uma condição humana. Pensar se o conflito é expressão de racionalidade ou irracionalidade; se resulta das relações interpessoais ou de fatores sociais estruturais. Se entendemos que a identificação com o trabalho e a empresa tem componentes múltiplas ou aceitamos o primado de uma corporate culture mais homogénea, etc. Para Belhassen & Caton (2012) o desenvolvimento de capacidade de intervenção autónoma e consciente implicam conhecimento e análise compreensiva que vão muito para além da promoção de competências mensuráveis e materializadas em práticas de uso imediato; é necessária reflexão pessoal sobre a ação e o problema a resolver, não reduzindo o mundo a algo estático (diríamos, manietado pelo formalismo e repetitividade da técnica) e isento de complexidade, mobilizando pensamento crítico e capacidade para sujeitar as suas ideias e as dos outros a um rigoroso escrutínio. E que pensamento crítico é esse e o que o diferencia da opinião científica, algo com que por vezes parece ser confundido? Opinião científica é, para nós, uma formulação profundamente infeliz, pois dá uma ideia errada do rigor que deve presidir à análise e ao pensamento críticos. Confunde diversidade de posicionamentos cientificamente fundamentados com opinião. E oferece espaço para a ideia de que a diversidade nas CSH tem o mesmo estatuto epistemológico que a diversidade de discursos ideológicos, de senso comum e sobre experiências sociais práticas. O efeito de familiaridade entre a linguagem usada pelas ciências do homem e as terminologias de senso comum utilizadas na orientação da nossa conduta quotidiana reforçam esse equívoco. A subordinação tecnocrática das CSH e a desvalorização da teoria crítica acrescentam mais um sinal negativo. A opinião assenta num legítimo juízo de valor sobre uma dimensão específica da realidade ou sobre uma situação concreta que envolve factualidade, cognição, emoção, sentimento, posicionamento pessoal, resposta a necessidades psicológicas e sociais e perspetivas ideológicas sobre justiça, verdade, visão de mundo e moralidade. Opinião 1 Pense-se nos diferentes axiomas e propostas apresentados por várias correntes representadas por autores como, por exemplo, D. Ricardo, K. Marx. I. Kirzner, A. Negri ou T. Piketty. C I Ê N C I A S S O C I A I S E H U M A N I D A D E S N O E N S I N O S U P E R I O R P O L I T É C N I C O N A S Á R E A S D O T U R I S MO E H O S P I T A L I D A D E
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